Eu sei, também odeio essas pessoas que criam um blog, "fazem" um layout bacana, mandam o endereço pra todo mundo e depois abandonam o pobrezinho. Apesar de eu ter pouco tempo e ter um problema crônico de preguicite aguda, eu não quero não tocar o Narrativista pra frente, porque tenho muito o que dizer, sobre muitas coisas, pra muita gente (e, muitas vezes, se trata de muita besteira).
Para voltar em grande estilo, eu peço um favor a vocês, poucos e caros leitores: visitem o site DR. HORRIBLE'S SING-ALONG BLOG, assistam aos vídeos e falem pra todos seus conhecidos (e desconhecidos também! Oportunidade para fazer amigos, viu?) sobre o site.
Mas o que diabos é DHSAB? É simplesmente um dos marcos da nova era de produção/distribuição nas artes audiovisuais. Trocando em miúdos sem frescuras, é um grande, GRANDE passo para o amadurecimento da internet como meio de veiculação artística. Não estou falando em mp3, baixar seriados ou coisas do tipo, mas em material produzido PARA a internet. Esse tipo de obra existe aos montes, faz tempo. O You Tube obviamente tem grande responsabilidade nisso, mas a "web-arte" ainda possui pouca visibilidade e prestígio limitado.
Joss Whedon é o cara para levar a nova mídia pra um novo patamar. Pros brasileiros, o nome não é tão conhecido (isso com certeza mudará pra quem frequentar este blog), mas Whedon é um dos autores mais prestigiados e cultuados na cultura popular americana, e tem tantos fãs e tanta "moral" quanto, digamos, George Lucas (que é fã do autor, e vice-versa). Whedon foi um dos grandes nomes no árduo processo de tornar a TV uma mídia artisticamente respeitável (com a consagrada Buffy a Caça Vampiros), foi um marco ainda no cinema (é também seu o roteiro de Toy Story) e hoje figura como um dos nomes mais respeitados e premiados dos Quadrinhos.
"Ok, Whedon é seu mestre, já entendi. Mas agora chega de bajulação. O que esse cara tem a ver com tudo isso? Ah, e você também não respondeu o que é DHSAB!"Calma, que chegarei lá. Bem, esse cara é o criador/roteirista/diretor/compositor do Dr. Horrible's (óbvio). A idéia de fazer algo especialmente para a rede veio durante a greve dos roteiristas, no começo do ano. Nesse período, Whedon chamou alguns amigos, escreveu um roteiro ao lado de seus dois irmãos (Jed e Zack) e de sua cunhada (Maurissa Tancheroen), e produziu essa curiosa minissérie musical, em três partes, que a imprensa vem dissecando ávidamente.
A graça da minissérie não é só ser o primeiro webmusical já feito, ou o envolvimento de alguém do calibre de Whedon em produção na internet, mas a história em si, uma paródia que gira em torno da crise existencial de um super-vilão meio abobalhado (Neil Patrick Harris), lidando com um super-herói narcisista (Nathan Fillion). Claro, há uma "mocinha" sendo disputada, e no caso, é a maravilhosa Felicia Day, a estrela da websérie The Guild (que deixou um lindo comentário aqui no Narrativista, há dois posts atrás).
Não dá pra dizer mais nada sem cair na simples babação-de-ovo pela criatividade estoeteante de Whedon (olha a baba!). Fica aqui, simplesmente, minha profunda recomendação!
